
Nesta quarta-feira (5), as secretárias de povos indígenas dos estados do Amapá, Acre, Tocantins e Maranhão vieram até Brasília para dialogarem com a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara. O objetivo do encontro foi discutir temas que têm sido trabalhados pelas secretárias no âmbito do Consórcio Amazônia Legal, como educação indígena, a Política de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI) e a necessidade de uma atenção especial às Tis, que tem sido fortemente impactadas por eventos climáticos extremos.
“Não basta ter apenas uma cadeira. Queremos fazer nosso papel”, afirmou a secretária do Acre, Francisca Arara, que ressaltou a importância da abrangência das políticas públicas. “Devem chegar às nossas terras indígenas para que não se desfaça todo o trabalho que fizemos”, completou.
A secretária do estado do Amapá, Sônia Jeanjacque focou sua fala na necessidade de fortalecer as secretarias que, segundo ela, ainda são muito recentes e que trabalham de forma “transversal”, ou seja, lidam com assuntos de outras secretarias, como educação, saúde e Meio Ambiente. Para Jean-Jaque, a pauta mais urgente é educação, que é “diferenciada” entre os povos indígenas. “A gente nunca vê um pai de aluno ajeitando o telhado da escola na cidade, mas nas escolas indígenas a gente vê”, apontou a secretária.
Completando a fala da colega, a secretária Rosilene Arara,do estado do Maranhão reafirmou a importância de falar sobre educação. Após trabalhar na área por mais de quinze anos, Arara afirma que as escolas indígenas são muito mais que apenas um local para serem realizadas as aulas. “Não é só ter um prédio, é preciso ter um acompanhamento, respeitar um calendário, as especificidades indígenas”, explica.
Já a secretária do Tocantins, Narúbia Werreria, celebrou o alinhamento junto ao ministério que a reunião simboliza e reforçou a importância do fortalecimento das secretarias e do diálogo como uma unidade, proporcionado pelo Consórcio da Amazônia Legal ao reunir os estados e organizar encontros de discussão. Para Narúbia, essa união permite “pegar os bons exemplos, e as dificuldades e fazer uma troca entre os estados”. “É um espaço novo porém muito efetivo e de importantes articulações internacionais”, afirmou a secretária sobre o Consórcio.
A ministra, Sônia Guajajara apontou em sua fala a familiaridade que ela, como mulher indígena, tem com as dificuldades enfrentadas por esses povos na Amazônia Legal e ressaltou a importância de serem unificadas as demandas e necessidades, com o apoio do Consórcio para essa interlocução.
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