
O Hub Amazônia, casa do Consórcio Interestadual Amazônia Legal na COP28, em Dubai, foi oficialmente inaugurado nesta sexta-feira (01). O Secretário Executivo da instituição, Marcello Brito, fez a abertura do espaço e, na sequência, mediou o primeiro dos 60 painéis que o local receberá ao longo de 10 dias de conferência.
Para fortalecer as discussões realizadas no Hub foram convidados representantes da Amazônia, porta-vozes de ONGs, do setor privado e de governos, empresas e agências internacionais. Os debates têm como objetivo central pensar em novos modelos de financiamento e parcerias em prol da Amazônia brasileira.
"Nós precisamos conversar muito seriamente quais são os modelos de financiamento pra restauração florestal, quais são os mecanismos de conservação florestal, quais são os mecanismos de carbono e principalmente quais são os mecanismos de pagamento do serviço ambiental. Quando você olha para o hemisfério norte, eles têm carbono da cabeça. Quando olha para o hemisfério sul, nós temos biodiversidade na cabeça. Carbono é temporário. Quando os países entrarem na neutralidade o mercado de carbono acaba. Biodiversidade é pra sempre e é o que mantém o planeta em pé. A agenda de carbono é a de curto prazo, a de longo prazo é a da biodiversidade, que tem que ser a nossa agenda", destacou Marcello Brito.
Ainda segundo o Secretário Executivo, o trabalho feito pelo consórcio baseia-se em um modelo de colaboração que é importante para a obtenção de bons resultados. "Sabemos que a união dos estados leva a um trabalho mais coeso, mais forte e mais substancial no longo prazo. Então isso aqui é um exercício de colaboração pré-competitiva, é um exercício que a gente chama de trabalho da Amazônia. Não é um estado sozinho, mas os nove estados da Amazônia trabalhando em prol de um bem comum", afirmou.
COP30
Embora os esforços do Consórcio Amazônia Legal estejam concentrados nas discussões e acordos realizados na COP28, a instituição já está de olho na conferência que acontecerá daqui a dois anos. Segundo Brito, esta edição marca a transição para a COP30, que será realizada no final de 2025 em Belém, no Pará. "Nós consideramos que esta COP vai ser uma COP de transição. Tem uma série de agendas que vão começar a ser discutidas aqui, como é o caso de sistemas alimentares e agricultura, para serem implementadas na COP30. Então nós temos que utilizar esse momento para trazer os olhos do mundo para o Brasil, para o novo sistema de financiamento climático para o país, para a Amazônia e aproveitar desse momento ímpar de um novo sistema de competição a colaboração internacional", finalizou.

Produção de fotografia: Daniela Luquini
Fotografia e vídeo: Heber Barros e Juliano de Oliveira
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